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“Eu nunca vi o rio tão seco", diz Gilson Alves, morador há 32 anos da beira do Araguaia

Depoimento do servidor da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), há 18 anos, é feito à titular da Pasta, Andréa Vulcanis, em Baliza, Noroeste Goiano

“Eu nunca vi o rio tão seco. Cada ano que passa ele baixa mais o nível da água. Daqui para Barra do Garças tem lugar que a gente pensa que não consegue passar”.

 

O depoimento é do servidor Gilson Alves, morador há 32 anos da beira do Araguaia, em Baliza, Noroeste goiano, e servidor da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), há 18 anos.

 

Em barco no leito do Araguaia neste mês de setembro, ao lado da titular da pasta, Andréa Vulcanis, ele complementa: “Essa área é mais lavoura, mais pasto. E o problema é que não têm curvas de nível. Toda a areia e terra fraca vai rio abaixo”.

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Divulgação

Gilson lembra que, na região de Baliza, “o desmatamento foi pouco”. Segundo ele, “é uma região montanhosa, não tem lavoura próxima ao rio, mas tem muita areia e erosão. Próximo, é só rocha e serra. A vantagem nossa é essa aqui. Mas conheço o Araguaia na nascente, a 300 km, em Mineiros, tem uma erosão muito grande”.

 

Andréa Vulcanis explica que “desde a nascente está vindo toda essa areia para cá”. A secretária observa que Gilson “tem visto essas erosões, essas voçorocas, e o próprio desmatamento que provoca todo o carreamento destes sedimentos aqui para o rio. Ele fala para nós que, ao longo dos anos, a situação se agrava. Isso está a olhos vistos. Não é uma história que estamos contando”.

 

“Então, é isso o que o Juntos pelo Araguaia está fazendo”, pontua a secretária Andréa Vulcanis. “Convencemos os proprietários rurais sobre a necessidade de fazer as curvas de nível, de cuidar dessas erosões, de não permitir que elas se agravem, de fazer toda a restauração ambiental para que essa situação que o Gilson relata para nós seja estancada”, destaca.

 

“Porque, sem isso, vamos ver o Araguaia sendo completamente dizimado por falta de água, que ano a ano diminui. Isso significa que tem mais sedimento no fundo do leito. O rio vai ficando esvaziado, e assim tende a morrer. Nós estamos cuidando, e espero que você esteja conosco nessa jornada”, conclui a secretária.

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